Mais Empatia, Por Favor
Hoje vamos falar de um tema fundamental para as relações humanas, seja no pessoal quanto no profissional.
Você tem a capacidade de se colocar no lugar de outra pessoa e entender o que ela está pensando ou sentindo?
A capacidade de ter empatia com os outros é um dos principais indicadores da inteligência emocional. A empatia nos proporciona uma compreensão da outra pessoa e ajuda a construir relacionamentos mais fortes. E o melhor: é uma habilidade que podemos aprender a desenvolver.
De forma simples, a empatia é a capacidade de compreender os sentimentos e as emoções do outro, e a capacidade para sentir o que sentiria uma outra pessoa caso estivesse na mesma situação vivenciada por ela.
Não precisamos necessariamente ser capazes de nos identificarmos exatamente com a outra pessoa. Não precisamos ter exatamente a mesma experiência para imaginarmos como a situação pode ser para elas. Só precisamos compreender o que já sabemos sobre essa pessoa e suas circunstâncias, e imaginar como ela se sentiria, reagiria, se comportaria e pensaria sobre a situação.
Importante fazer uma distinção entre simpatia e empatia. A simpatia é praticamente a demonstração física de sentir pena de alguém (não no sentido pejorativo), com o desejo de que a pessoa se livre da dor e sofrimento que está sentindo. É se importar com o bem-estar de alguém, mas sem necessariamente ter conhecimento ou entendimento do que ela está passando.
Já a empatia, é tanto se importar com o bem-estar do outro, como também entender a situação pela qual está passando. E muito cuidado aqui: apenas entender a situação do outro, mas não se importar, não é empatia (apesar, de na prática parecer).
Quando a empatia é sentida verdadeiramente, sofremos junto com a pessoa, o que pode nos paralisar e deixar a situação contraproducente e até pior para o outro. Nesse caso, não devemos nos entregar ao sofrimento a ponto de sofrer junto, mas sim reconhecer a sua existência e manter um afastamento para que possamos ajudar o outro.
Já mencionei em outros posts que o ideal é que desenvolvamos a compaixão, que se difere da empatia, na medida que a compaixão é tanto a empatia ou a simpatia, aliado a proativamente tomar uma ação para aliviar esse sofrimento, agimos para que a pessoa saia daquela dor. Note que na empatia há um desejo que a pessoa se livre do sofrimento, mas não tomamos uma ação para que isso ocorra. Na compaixão tomamos uma ação. E novamente, uma boa notícia – podemos aprender a desenvolver a compaixão.
Como principais benefícios de desenvolver a empatia, destaco:
1 – Ajuda no equilíbrio emocional:
Pessoas empáticas se conectam rapidamente com os outros, fazendo com que a grande maioria se sinta confortável e com que as relações interpessoais pareçam mais fáceis.
2- Ajuda a ser objetivo e justo:
A melhor maneira de ganhar o respeito dos outros demonstrando o entendimento pelo seu sofrimento, ainda que possamos divergir nas opiniões e nas razoes que levam a tal situação.
3- Melhora a autoestima e estimula nossa aprendizagem:
Sentir que temos um efeito positivo nos outros faz com que sejamos vistos como pessoas mais agradáveis e confiáveis. Além disso, o exercício da empatia nos permite aprender com os outros, enriquecendo o enfoque da realidade com diferentes perspectivas.
4- Transmite generosidade:
Aqueles que demonstram empatia são colaborativos e mais bem-sucedidos. Isso os ajuda a atuar como catalisadores de mudança, influenciando outros a alcançar objetivos comuns.
5- Fortalece as relações profissionais e as mantém ao longo do tempo:
Trabalhar empaticamente aumenta a força dos laços. Este aspecto é ótimo na negociação, bem como em casos em que é necessário selar acordos baseados na confiança.
Em sessões de coaching ou de treinamento de gestão das emoções, falo sobre isso, e aqui dou algumas dicas:
A primeira coisa que devemos fazer é conectar com o outro, nos interessar genuinamente pelo outro. Fazer perguntas às outras pessoas para descobrir o que elas estão vivenciando e como elas se sentem em relação a situação que estão passando e seu impacto.
Se não temos a oportunidade de fazer perguntas, podemos dar um passo para trás e imaginar as possibilidades de como alguém pode pensar e sentir. Mas lembre-se, esta é a sua perspectiva e, em última análise, a outra pessoa será a autoridade sobre como ela se sente. Assim, os dois primeiros passos são aprender mais através de perguntas e escuta ativa, e imaginando como a outra pessoa pode se sentir.
Outra dica, ao mostrar sua empatia, pense no que você faria se estivesse no lugar da pessoa, ou o que você gostaria que fizessem por você. Procure exemplos de quando você enfrenta exatamente os mesmos desafios ou situações. Mas busque o equilíbrio. Cuide para não soar como o “dono da verdade” e não menosprezar a dor do outro. Apresente alternativas com humildade, sabendo que as soluções não são óbvias e nem servem para todos. Faça perguntas, descubra mais, tente saber como as pessoas interpretam uma situação e por que elas pensam e sentem o que sentem.
Por fim, esteja disposto a aceitar as diferenças, seja tolerante e paciente com as pessoas ao seu redor e com você mesmo. Ofereça apoio e compreensão sem assumir que você tem as respostas ou o conhecimento que a outra pessoa quer.
Desenvolver uma abordagem empática talvez seja o esforço mais importante que você pode fazer para melhorar suas habilidades interpessoais. Quando você entende os outros, eles provavelmente vão querer entender você – e é assim que você pode começar a construir cooperação, colaboração e trabalho em equipe.
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